quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Vem aí o natal... e uma coisinha desagradável junto.


Mais um ano terminando, e agora nos aproximamos do mês mais comercial de todos: O mês do natal. Mês da correria, mês das compras, mês das promoções de loja com cartazes gigantes e propagandas de 5 minutos na televisão, que te dão raiva quando você tá vendo um bom filme (o que já é bem raro numa rede de televisão aberta).

Mês em que, por mais que tentem fazer questão (na teoria) de lembrar a “importância da data” e seu significado e bla bla bla, o que domina é o caos capitalista de sempre, cada ano de forma ainda mais explícita.

Ok, ok... mas por mais que meus problemas com o capitalismo e suas peculiaridades sejam enormes, não é sobre isso que escrevo hoje. É sobre algo que já há muito tempo “acompanha o natal”, algo que se tornou, por parte de muitos, um tipo de hábito comportamental como se fosse uma regra, uma coisinha que, com base em sabe-se lá o quê, ganhou até nome: O ESPÍRITO NATALINO!

Respondam-me com sinceridade: Vocês já viram motivo mais sem sentido do que “pô, quê isso rapaz, é natal, olha o espírito natalino...” quando alguma pessoa age EXTAMENTE como ela age normalmente nos outros 363 dias do ano (363 por que isso vale pros dias 24 e 25) e acaba sendo grossa, ou apenas SINCERA com alguém?

Ah, mas não tem não.

Aonde é que está escrito, que cultura de “boa vizinhança” é essa que diz que todas as pessoas tem que ser boas no natal? O que é que faz alguém passar por aquela pessoa que ela ODEIA e com quem sempre brigou a vida inteira E VAI CONTINUAR BRIGANDO, e cumprimenta-la com um sorriso, numa boa? É algo do tipo “não existe passado, nem futuro, só existe o agora?”.

E aquelas reuniões gigantescas da “sua família que você nunca vê”? É parente te ligando o mês inteiro, cada um querendo marcar a comemoração do dia 24 pra sua respectiva casa, muitas vezes na intenção de mostrar que a casa deles está bonita, os filhos estão bem e eles são mais fodas do que você. E no resto do ano vão desaparecer como sempre, apenas esbarrando contigo por aqui e por ali, dando um oizinho, dizendo “como você está diferente” (é claro imbecil, se eu não mudar nada nesse tempo todo eu sou peça de museu) e mandando aquele abração pra família toda. Que provavelmente você nem vai lembrar-se de mandar. Que me desculpe se algum parente desses ler isso, mas prefiro ficar apenas com meus familiares com quem convivo o ano todo, só abrindo exceção pra aqueles que REALMENTE tiveram motivo pra se ausentar da família, seja por viagem, por trabalho, o que for. De resto, nem fudendo.

Aqueles grandes empresários; com seus terninhos pomposos e suas esposas com vestidos caríssimos numa festa promovida, obviamente, pelo mais rico de todos os presentes, tanto stress num local desse (porque grandes empresários de empresas diferentes, com exceção pros que forem de outro setor) são inimigos naturais, chega a ser coisa de instinto) serviria melhor pra montar um ringue e fazer aquela “luta do ano”, pra aliviar a tensão. Sem dúvida seria muito mais coerente do que os sorrisos com dentinhos de ouro.

E ainda temos o exemplo mais escroto de todos, o que me dá mais nervoso, o que se costuma ver em filminhos de natal com a Whoopy Goldberg e outros similares, e faço questão de escrever mais ou menos como seria uma cena dessas:

- Tá lá a família toda reunida, jantando. Todo mundo alegre, abrindo os presentes, comendo e se embebedando. Nessa mesma casa tem uma “varandinha”, que permite que as pessoas enxerguem a rua. E lá nessa rua tem um mendigo, sentadinho na calçada, de cabeça baixa. É nessa hora que alguém da família percebe isso e, incorporada (porque não achei outra palavra pra isso) pelo queridíssimo espírito natalino, se toma de uma boa vontade divinal, pega um prato, coloca um jantar mais bem arrumado do que ela colocou no prato dela quando comeu, e ainda vai lá dentro, na geladeira, pegar as sobremesas que NEM A FAMÍLIA comeu ainda, pra enrolar num papel alumínio. E leva tudo isso pra esse mendigo, pra ver aquele rostinho “feliz” e faminto, mais faminto do que feliz, e volta pra casa com aquela sensação de que fez algo bom na vida e todos olham pra ela com aquele enorme ar de aprovação, a câmera volta a filmar a família toda feliz e provavelmente o filme acaba... –

SE eu fosse o encarregado de fazer uma “cena do dia seguinte” pra esse mesmo filme, ela começaria assim: A pessoa acorda, se arruma, sai na rua, mal ouve o mendigo cumprimenta-la e agradecer pela comida (ainda com uma coxa de frango enrolada num cobertor) e, o maior contato que ela tem com aquele mendigo é o ato de “pular” as perninhas dele esticadas na calçada, pra não tropeçar.

E aí, deixando todo o lado de filmagens de lado, veja quantas pessoas agem dessa mesma maneira? Eu já cansei de ver gente levando comida pra mendigo, fazendo doações, entre inúmeras outras coisas, e no resto de todo um ano, ignorando estes atos completamente. Tenta pensar assim: Se você pode dar UM prato de comida pra alguém num dia, o que te impede de dar outro prato de comida no dia seguinte?

. . .

As vezes me parece que as pessoas usam isso como uma válvula de escape pra não serem as mesmas criaturas ignorantes (que nós somos, infelizmente) que são e tentar amenizar um pouco alguma coisa, que tenham feito, ou a forma como se comportaram. Mas, sério:

Não vai fazer diferença...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Explicação pior, impossível.



Uepa! Mas quê isso? Tá abusado heim Brunão?

Haha, tô não. É só o assunto do texto mesmo.



Primeiro deixando claro: Eu sou uma pessoa muito bem humorada. Brincar é bom demais, principalmente em situações complicadas na vida onde não tem remédio melhor do que umas boas risadas, mesmo que sejam com as coisas mais imbecis do mundo. E brincadeiras e elogios que façam uma mulher se sentir bem também são mais que bem-vindas, contanto que não sejam feitas em cima de mentiras.

Mas existe uma diferença enorme entre isso e tais brincadeirinhas com outras intenções. Diferença é pouco, um abismo. Intenções que muitas vezes passam looooonge de serem percebidas, ou que, pra piorar, são percebidas mas ignoradas, e nesses casos, já adianto: Alguma hora, vai dar merda.

O mais interessante desse assunto é, na maioria das vezes, o indivíduo em questão sempre tem a pior explicação possível: "AH, ESSE É O MEU JEITO MESMO! LIGA NÃO!"

Pois eu digo: LIGA SIM, PORRA! Jura que você engole uma explicação dessas?

Então deixa eu dar uma explicação MUITO simplória da natureza masculina, que, mesmo que não se aplique, felizmente, em 100% dos homens, é mais do que suficiente:

"HOMEM" NÃO FAZ ESSE TIPO DE BRINCADEIRINHA COM MULHER QUE ELE NÃO QUEIRA NADA, QUE NUNCA QUIS, OU AO MENOS NÃO TENHA ALGUMA "VONTADEZINHA" !

Porque?

Primeiro, pense você mesma se já viu alguém fazer esse tipo de brincadeira com mulher feia. Já? Jura? Não, né. Talvez numa rara ocasião ou numa "ocasião alcoolizada".

Aí imagina: Vai que a mulher, garota, sei lá... entra na onda, começa a dar idéia, a querer também? E essa mulher é uma pessoa feia pra diabo. O que o sr. brincalhão vai fazer? Sair correndo?

Ah, mas é muito, mas muuuuuuito provável que saia... hahahahahha.

Então, que fique claro, quem faz essas coisas O TEMPO INTEIRO e só tem essa explicação escrota pra dar, e não ser sincero a ponto de dizer um simples "eu quero você", coisa que exige coragem e tem faltado pra maioria dos "homens" hoje em dia, não tem outra intenção além da de ficar, como disse uma amiga, jogando a isca pra mulherada o tempo todo, pra ver se alguma morde.

Há quem diga que pra esses assuntos eu vivo na idade média. Quer saber? Bem que eu gostaria!

Antes o romance e o cavalheirismo de sempre do que ceder a essas babaquices que vejo por aí.


Um enorme obrigado pra minha querida amiga Thaynara, que me ajudou a "forjar" esse print, e me permitiu colocar aqui. Um grande abraço!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O eleitor consciente


Semana por semana, somos lembrados, através das propagandas na televisão ou pequenas notas nos sites de internet, de sermos conscientes na hora de votar. De fazer valer a democracia neste país e votar no candidato que melhor representa, não só os seus interesses, mas também como os do povo e cidade em que vivemos.

Lembrados, apenas, porque de fato, não é bem o que fazemos. Não pesquisamos sequer uma vez durante todo um ano de eleição sobre os candidatos que teremos que escolher. Assistimos aos debates, que são, em boa parte, uma puta encheção de linguiça, na esperança de extrair daquilo alguma conclusão "razoável" de candidato para poder votar.

Passamos manhãs, tardes e madrugadas em claro, à frente do meio mais capacitado de informação, que é a internet, e não abrimos sequer um site de partidos, sites pessoais de políticos de nossa região ou da nossa cidade, procurando saber o que é necessário e o que está errado. Assim também como não lemos boa parte das notícias de jornais e não vemos sequer por algum minuto alguma coisa na TV Senado, TV Câmara, dentre outras.

E reclamamos de desvios de dinheiro, eles deixam à mostra a folha com a verba utilizada pelas prefeituras todo mês em cada cidade... alguém já olhou uma dessas?

Não... mas abrimos constantemente o orkut, o twitter, os jogos multiplayer online, facebook, skype, google isso e aquilo, o MSN, as páginas de esportes, os downloads de mp3. E quando não estamos em nada disso, estamos jogando alguma coisinha, nem que seja a paciência do Windows. Ou apenas ficamos olhando a tela do computador.

Não fazemos isso assim como também, aparentemente, a mudança não nos interessa de verdade. Reclamamos? Sim, bastante, por força do hábito e pra acompanhar, talvez, os que realmente querem. E que talvez seja apenas outro grupo de hipócritas em seus próprios interesses.

E o blogueiro que vos escreve não escapa desta hipocrisia quando reclama de políticos ou atos criminosos cometidos pelos mesmos, porque me comporto exatamente da mesma maneira.

Torno a dizer que não sei se tenho mais medo dos tubarões que há muito estão no poder, ou se de nós, esse cardume de lambaris e bagres da atual geração.


A única coisa da qual estou absurdamente consciente é de que não tenho consciência política alguma.

sábado, 20 de março de 2010

"Atirando" a primeira pedra.



Creio eu que não há, sob hipótese alguma, a necessidade de lembrar ao leitor, ao que a imagem exibida logo acima faz pensar.

Já de um bom tempo pra cá, toda vez que vemos essa cena, temos por todo lado a mesma falação. Que não é correto, que não é bonito. Que isso e que aquilo. Comemorar como se estivesse dando tiros? Como se segurasse e apontasse uma metralhadora?

Sim, sim, concordo inteiramente que "o bonito é fazer gol", ora, pois, quem não haveria de concordar com isso? Mas discordo de como o assunto é tratado. É feio? Sim, isso não deixa de ser, de certa forma, feio. Mas porque eles fazem isso? Porque, talvez, isso tenha começado?

Pois digam pra mim, para que talvez possamos lembrar e pensar melhor no assunto:
Que prêmio recebe o jogador que faz o maior número de gols do campeonato?

Recebe o prêmio de ARTILHEIRO. Ao longo de todo o campeonato, eles buscam ficar no topo da ARTILHARIA. E atacante bom é aquele que finaliza, que MATA a jogada, não? Quem não quer no time, o atacante MATADOR, como sempre foram chamados?

Um bom dicionário online para ser utilizado aqui, para quem quiser, se encontra em www.priberam.pt . É o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Vamos lá?

ARTILHEIRO:

s. m.
Militar que serve na artilharia.

ARTILHARIA:

s. f.
1. Material de guerra composto de armas de fogo grossas e pesadas.
2. Fogo de peças de artilharia que guarnecem um ponto ou obram em conjunto.
3. Uma das armas do exército.
4. Tropa de artilheiros.
5. Ciência do oficial de artilharia.
6. Fig. Disposição, meios de ataque.

Quantas vezes você lembra ter ouvido, após um chute forte de um jogador, um grande radialista ou narrador da tv, dizer: MAS QUE BOMBA! Um TIRAMBAÇO!

Sejamos então, francos. Enxerguem o que está bem a frente de vossos queridos narizes, dos narizes da CBF ou de qualquer outro "órgão" responsável, antes de repreenderem jogadores por uma atitude que pode, nada mais ser, do que naturalmente induzida. INDUZIDA POR NOSSO PRÓPRIO COSTUME E CONDUTA, PELA NOSSA CULTURA. Ainda que alguns façam tais gestos realmente pensando em "passar fogo" em todo mundo, o que eu pessoalmente acho lá um tanto difícil, não são todos.


Abram os olhos, pensem, coloquem o cérebro pra funcionar, caros leitores e amigos. Tem coisas, que só não enxergam aqueles que não querem.